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CURITIBA - Da minha janela posso ver uma biblioteca com um acervo de milhões de livros dos quais são utilizados 5% no fim do semestre, ruas asfaltadas e geometricamente entrecruzadas por ângulos retos, umas 10 espécies de árvores das quais 9 dessas espécies são exóticas, mas os curitibanos mais tradicionais teimam em chamar a cidade de capital ecológica, que falácia... bem, não é o urbano que agride, o urbano é só a forma e a função dada aos constructos urbanos cimentados e sedimentados pelos móveis automáticos que sobem e descem as ruas, tá, não é essa a discussão, dificuldade imensa de manter o raciocínio hoje, devem ter sido as seis horas dentro de um ônibus, as seis horas de reflexão.

Enfim, a cidade, o meio urbano, o meio ambiente... soluções para uma vida com melhor qualidade na cidade... que tal começarmos pelo, já tão esquecido, “Bom Dia!” pelo menos já esquecido aqui nessas terras. É... parece que ultimamente as pessoas esquecem que nossa espécie “umbiguista” deveria preocupar-se um pouco com si mesmo, com o indivíduo, um “Bom Dia” para quem ouve é tão sonoramente agradável como para quem o profere, ouvir palavras de respeito e educação pode prevenir o câncer, acabar com o mal humor e estabelecer a conservação do meio ambiente, ambiente interior, ambiente exterior e todos os outros meios e ambientes que estiverem interligados a tais atos, ou seja, todos.

Fato é que nem sempre, as pessoas estão preocupadas com o seu bem estar, como se, para bem estar, necessitássemos apenas da roupa da moda, do carro, da comida, da balada, da academia. As necessidades mais urgentes se fazem na esfera das relações sociais, as mais simples, talvez com um pouco de boa vontade, não com a prostituição de sorrisos, apenas com gentileza que nem sempre vem acompanhada dos mesmos. Saber pensar o individual e o coletivo, despindo-se do “eu” e vestindo o “nós”, o “bem estar” individual que nasce do “estar bem” coletivo, que nada mais é do que o meio, a teia, aquilo que perpassa todas as esferas e que faz a roda girar. Aí o porquê da imagem do Escher e do umbigo, somos formiguinhas e nossas ações refletem em todos os meios logarítmica ou exponencialmente. Bem, isso foi apenas um dos reflexos de todos os meus “bons dias” e “muito obrigados” não respondidos com a mesma gentileza com que os proferi.

LaraWar